dezembro 08, 2015

QUANDO OS ARES NÃO DIZEM ADEUS

Havia passado muito tempo sem escrever
desde do terrível acontecimento
que a fez colocar um ponto final em sua história
e a do antigo monge poeta
Quando ele morrera em seus braços poeticamente.

Nada mais restou.
Somente um tom de cinza claro como névoas numa noite sombria
em que mais nada pode ser visto, nada mais pode ser tocado.
Mas nada pareceu se perder.
Pouco tempo depois as cicatrizes de Ella já haviam secado
e ela estava pronta para uma nova jornada.

Mesmo com a respiração entrecortada,
mesmo submersa nas lágrimas e gritos noturnos restantes de uma temporada tenebrosa de desencantamentos,
ela estava pronta, deveria está pronta.
Para o que? Para quem?
Ella não sabia, mas a única coisa a saber é que seu ser interior tomava um novo rumo,
uma nova porta a se abrir, mesmo que fosse um outro abismo,
mas este não seria tão cinza ao ponto de traduzi-la novamente ao esquecimento...


(Joyce Martins)