NO REINO DAS FADAS

Num reino distante habitado só por fadas, magos e seres encantados da natureza, havia uma pequena linda menina chamada Estella, de olhos azuis celestes como a mais bela vista dos céus. Ela era tão pequenina não somente pelo tamanho, mas porque apenas tinha acabado de completar seus cinco anos de idade.

Não se sabia bem sua origem, aliás, não se sabia quem havia dado à luz aquela linda fadinha. Numa certa noite, no meio de uma grande celebração entre todas as fadas do Grande Reino, surgiu uma grande estrela no meio do mar e ela foi se aproximando cada vez mais junto às outras fadinhas, que comemoraram à beira do mar o dia da Grande Luz (celebração para agradecer tudo que tinha ocorrido de bom durante o ano) e muitas correram, ficando curiosas em saber o que era aquilo. De repente, no meio da estrela, uma forte luz saiu e entre purpurinas douradas como ouro, saiu de dentro uma linda criança. Todas as fadinhas queriam tocá-la, já a fada-mestra, Srª Mirtys também queria tocá-la e toma-la como sua própria filha, era como se uma graça houvesse sido alcançada, a fada-mestra era como mãe de todas aquelas fadas do reino, só que nunca havia tido uma filha vindo de seu próprio ventre, aquilo era uma forma especial como se um de seus desejos houvesse sido atendido pelos céus. Então assim, aquele acontecimento tão mágico e inexplicável, fez tomar aos braços de todas as fadinhas, aquela criança especial que se passou a ser considerada como filha de todas as fadas e adorada por todos do daquele Reino tão distante.

Estella era uma menina mesmo especial, desde cedo teve aulas de muitos ensinamentos e demonstrava muitos interesses em aprender a tudo que a ensinavam. O tempo havia passado depressa, ela já estava se tornando uma mocinha e quase prestes a se tornar uma garota de quinze anos, quando todas as fadas do Reino decidiram organizar uma linda festa para ela. E assim, aconteceu. Foi um espetáculo de festa! Todo o Reino das fadas junto a todos seres encantados daquele lugar se reuniram em celebração à Estella, reunidos e alegres, fadas e mais fadas convidadas e muitas de outras regiões comemoravam aquele momento único e festivo. As pequenas fadinhas brincavam entre muitos brinquedos em formatos de estrelas, balões em forma de bichos, doces em formato de frutinhas e tantos muitos outros, faziam Estella se divertir cada vez mais entre todos reunidos e dando risadas dentro da casa de bolinhas mágicas e na máquina que fazia algodão-doce de diversos sabores.

Entre tantos presentes que Estella ganhou em seu aniversário, estava uma pequena caixinha e lá estava bem escrito assim: “Uma pequena lembrança de sua tia-fada mestra Mirtys”. Tia Mirtys, assim como Estella a chamava, a amava muito e desde começo cuidava dela como sua própria filha, ao longo dos tempos já tinha dado muitos e muitos presentes à Estella, inclusive em seu aniversário de quinze anos havia dado vários, eram tantos presentes que Estella nem imaginava como poderia guardar todos e como poder agradecer a todos.

Aquela caixinha a deixou curiosa e como já tinha aberto a maioria dos presentes, ela a abriu e ficou encantada. Eram lindas pulseiras, cheia de pedrinhas e conchas do mar, cada uma delas numa cor diferente: rosa, verde, amarela, azul e vermelha. Dentro da caixinha dizia num bilhete: “Podem te parecer simples, mas use-as sempre com carinho, nunca tire de seu braço, para que um dia a energia de sua vida possa transformar o bem para os outros”.

Segundo o que dizia tia Mirtys, “Devemos saber manusear nossas pulseirinhas da prosperidade, para que conspirem bons horizontes em nossa volta, já dentro deste mundo aonde que se cultivam maus pensamentos, estas pulseirinhas servirão para nós e para todos, o cultivo de bons ares, tornando ao mundo, bons corações floridos de graça, fé e companheirismo!”.

Assim que completou seus quinze anos, as fadinhas pensaram e deixar os ensinamentos e as aulas que tinham dentro de casa e matricular Estella numa escola de verdade. Era preciso que Estella fosse estudar junto à outras meninas e meninos de sua idade, que pudesse sentir-se entre o convívio de todos eles, fazer muitas amizades e ter uma vida aparentemente social não somente dentro dos âmbitos das fadas.

Na chegada à escola, tudo parecia diferente para Estella, muitos jovens de sua idade de muitos lugares, raças e etnias. Agora percebia o mundo de lá fora de seu reino com seus olhinhos azuis celestes como realmente tudo era.

Como Estella não era introvertida, conseguiu fazer amizade com a maioria das pessoas da escola, no começo sentiu-se tímida em falar com pessoas que jamais havia visto antes. Mas agora estava bem tranqüila e a fadinha de quinze anos já se sentia como se a escola fosse sua segunda casa.

As fadas do Reino ficaram felizes em verem Estella com bom desempenho e bons relacionamentos na escola a qual a matricularam.Todas as manhãs, Estella descia do seu quarto, tomava um banho, Tia Mirtys sempre a ajudava a se vestir e lá embaixo tomava café com as outras fadinhas. Tio Tommy, era o mago mais inteligente do Reino das Fadas, levava Estella até a escola ao Norte da cidade, não muito longe.

Entre os amigos de Estella estavam Luís, um garoto tímido e de óculos, só vivia com um lenço como se estivesse resfriado. Outra amiga era Gabriella, uma menina que parecia pobre, só usava o mesmo casaquinho e tinha sandálias rasgadas. Laurinha era outra amiga de Estella, uma garota muito antenada na moda e que adorava roupas de grife, mas que era muito humilde e popular entre seus amigos. Havia também na turma que Estella estudava, uma garota linda, loira e com rosto de boneca Barbie, se chamava Kalinny, ela era filha de um doutor famoso da cidade e quase não falava com ninguém, tinha um jeito muito de besta e vivia sempre falando no celular com o pai e fora da sala de aula.

Na verdade, Kalinny, era órfã de mãe e não tinha amigos. Vivia rodeada de tanta riqueza, luxo, brinquedos caríssimos, roupas de grife mas não fazia amizade com quase ninguém. Era uma menina que se escondia na riqueza que tinha, amava seu pai, embora ele nunca tivesse tempo de está com ela, vivia completamente sozinha num mundo frio material de riqueza e luxo.

Certo dia, Estella foi passear com Gabriella em sua humilde casa. Ela era uma menina muito pobre e vivia com mais três irmãos. Seu pai havia abandonado sua mãe e a vida cada vez era mais difícil dentro daquela casa. A mãe de Gabriella colhia frutas e verduras na feira e os outros irmãos ajudavam ela também, vendendo sorvete na praia. Aquilo era difícil para Estella compreender e a deixava muito triste. Como o mundo de lá fora era desigual!

Um dia conversando com sua tia Mirtys, ela explicava a Estella como a vida de lá fora era complicada, nem todos infelizmente possuíam as mesmas coisas e os mesmos direitos. No mundo, nem sempre todos sentiam amor, nem sempre, todos tinham o que comer ou viver dignamente. Ricos e pobres, era este lema do ser humano, alguns tinham muitos e outros quase nem pouco tinham, Estella com lágrimas nos olhos tentava entender no mundo e indignada perguntava-se ao Sol, porque ele se ele nascia para todos, por que então que a vida não poderia também ser igual para todos no mundo? Como poder mudar tudo aquilo?

Certa noite, Estella em seu quarto junto ao seu livro preferido de história, lia sobre o Universo das Fadas, aquele mundo de tanta união e paz que conhecera, não se via ricos e pobres, todos eram iguais. Olhou para sua janela, quando uma brisa tocou em seus cabelos e uma grande estrela do céu brilhante sussurrou para ela: “Você pode ajudar, você pode fazer a sua parte, só você pode mudar tudo, basta abrir seu coração e entendê-lo, é só você querer!”.

Estella não entendia muito o por quê daquela mensagem e nem o por quê daquela estrela mas fechou a janela e assim, foi dormir com aquela mensagem fixada em sua mente.

Era o dia de Celebração da Amizade e todos estavam em festa reunidos no pátio da escola. As professoras prepararam salgadinhos e um enorme bolo com refrigerante à vontade para todo mundo. Naquele dia, todos tinham o costume de trocar presentes, à seus amigos ou como tradição, dar ao seu amigo algo que fosse deles mesmos, como demonstração de carinho.

As fadinhas do reino de Estella, podia para que ela desse de presente a seus amigos com algo dela que já existisse entre seus objetos ou fazer algum em especial e que não tivesse muito o costume de usá-lo.

E então, Estella separou alguns de seus brinquedos e objetos que não usavam mais e junto em cada pacote colocou uma de suas pulseirinhas. Para Gabriela deu uma boneca francesa com roupa vitoriana e cabelos loiros, junto uma de suas pulseirinhas, a de cor amarela, que significava “Prosperidade”. Para Luís, já que ele ela fanático por jogos, lhe deu um para vídeo-game e junto uma pulseira azul, que significava “ Tranqüilidade”, assim pensaria dele poder parar com suas crises alérgicas. Para Laurinha, deu um super-kit de maquiagem e uma pulseirinha vermelha que era tão “fashion” assim como ela gostava de ser.

Estella também pensou em presentear Kalliny, poderia pensar que ela fosse recusar mas não teve medo de ir até a ela e entregar um presente junto com uma de suas pulseiras. Para Kalliny entregou uma de cor rosa, já que tinha mais de uma rosa, combinava com o modelo de vestido que a loirinha gostava de usar.

Kalliny que parecia ser muito arrogante, para a surpresa de Estella não rejeitou o presente dela e deu-lhe um sorriso, colocando a pulseirinha rosa em seu braço.

Foi após o aniversário de dezesseis anos de Estella que algo fantástico aconteceu. Todos da escola foram convidados, inclusive as professoras, toda a turma e os seus amigos favoritos. Até mesmo Kalliny, que não costumava freqüentar aniversários estava lá presente. Quando a festa acabou e todos estavam exaustos e felizes, foram para suas casas, mas Estella permaneceu à beira-mar, junto com algumas fadinhas do Reino.  Ela queria ficar mais um pouco lá olhando o horizonte e o refletindo, agradecendo aos céus, como aprendeu a fazer suas orações com sua tia Mirtys. Que dia tão especial e feliz que tinha ganho de presente!

 As outras fadinhas então, retornaram para seus quartos e Estella estava prestes a voltar também, quando uma grande luz iluminou todo o céu em sentido ao mar, aquela mesma luz que havia visto numa de suas noites, não conseguira acreditar, mas algo se aproximava em sua diração, como uma grande estrela do céu ao encontro à beira-mar, junto ao horizonte.

Dentro da estrela, uma forte luz se inclinou próximo a Estella e dentro uma fada apareceu e falou: ”Este é o tempo de agora você, minha rainha, fazer seu trabalho como fada e proteger todos ao seu redor, você tem um poder ainda desconhecido e só pode poderá descobrir isso, dentro de você mesma, brilhar junto ao mais belo céu das fadas e em busca à felicidade de todos, tornar tudo que é cinza em colorido em sua volta”. E assim a grande fada da Estrela Brilhante entregou-lhe uma varinha com uma estrela de cor dourada.

Assim, todos no Reino achavam que Estella iria partir dentro daquela estrela, todos se desesperavam, podendo entender que este seria o destino de Estella alcançar aquela estrela e ir embora para sempre junto aos céus, ao lado de todas as mais ilustre fadas do Plano Celestial. Mas assim, a Grande Luz foi embora e fez tornar a partir daí um grande presente para todos: Algo que iria acontecer e começar a brilhar um novo sentido ao redor de Estella e ao mundo, coisas boas iriam acontecer e todos seus pedidos que tudo pudesse esta melhor seria atendido, principalmente para seus melhores amigos.

Uma vida melhor para Luis, sem alergia foi que aconteceu, ele se tornou mais saudável e deixou um pouco de sua timidez de lado e seguiu-se adiante com mais confiança em seus objetivos. Para Gabriella, um grande desejo foi alcançado: sua mãe conseguiu um bom trabalho e tudo começou a mudar em sua casa, uma vida mais cheia de brilho estava se iniciando e vendo que se poder direcionar os olhos em cor-de-rosa, assim como Laurinha tudo em sua volta estava acontecendo coisas felizes assim como desejara. Até mesmo para Kalliny, que tem mudado seu jeito de ser e começou a fazer amigos, vendo que não são somente as coisas materiais as mais importantes da vida.

Com a presença de Estella, como uma estrelinha das fadas protetoras para seu redor e seus amigos, ao bem de todos, fez com que um mar cintilante de cheio de rosas e muitas cores pudessem amanhecer tudo mais florido num dia de mais esperança e mais amor.

Tudo aquilo parecia um sonho, mas tinha sido possível que tudo que sonhara pudesse se tornar assim, realidade para todos.

Um novo dia despertava com mais luz, graças a Estella e seu coração que veio ao mundo como uma dádiva aos amigos e jogar tudo que é de sofrimento para trás e seguir adiante com ares mais harmoniosos.

Estella agora pertencia oficialmente como princesa das fadas daquele Reino e de alguma forma estaria eternamente presente num novo plano maior, só aonde as fadas mais bondosas e importantes poderiam está, como alguém que surge neste mundo para fazer bem aos outros, e quando tudo é feito de bom coração sem pensar no que se vai receber em troca. Para fazermos também o bem aos outros não é difícil, basta um olhar, um gesto, um sentimento verdadeiro, um sorriso, um aperto de mão, um beijo, rodear de flores o sentido da vida, ao nosso modo, com simplicidade e fazer o bem aos outros, que com certeza estaremos acendidos cada vez mais ao horizonte cintilante das estrelas coloridas, com mais amor e esperança, para si mesmo e para todos em volta!

(Joyce Martins)