fevereiro 23, 2013

MEMÓRIAS DE UMA MORTA

Vejo as imagens ao meu redor,
Doces e ao mesmo tempo amargas,
Das lembranças que jamais vivi,
Acumulando inspirações nunca postas em prática,
Dos tempos que jamais criei,
E dos sorrisos que jamais experimentei...

Tão velha para ver tudo isto agora,
E perceber como cresci tão rápido,
E como envelheci tão depressa,
Deixando tudo para trás,
Esquecida e nunca desejada,
Dentro desta cápsula, bem diferente
de ser um casulo e sem a alegria
de tornar-se definitiva borboleta,
Para que finalmente um dia
Possa desprender-me destas grades
E voar para o paraíso...

(Joyce Martins)