fevereiro 23, 2013

DE ENCONTRO AO DESENCONTRO

Vestes e constrói doce o presente
Que me desapontastes,
Vestes íntegra a desabrochar,
Mudar e congelar,
Em teu leito de morte...

Vestes a ressurgir como uma porta que abre
E outra que fecha,
Vestes afiada esta flecha que parte,
Que fere e aponta para o mais profundo...
- Ingenuidade, podre mundo!
Mentes loucas como um pobre cão envaidecido,
Sem tesouros ou armas – Sem amigos!
Vestes lentamente para a Ponte,
- Outrora radiante!
Procurando o doce e a rima nestas mãos trêmulas,
De encontro ao desencontro,
Livros em pulso - Ética a Nicômaco!
Perpetuaste pulsante de imagens satíricas
E imprudente de suas causas...
Se acha – demora!
Se encontra – chora!
De encontro ao desencontro,
Oh doce e terrível fissura onde pousa tua glória!

(Joyce Martins)