novembro 10, 2012

NO ESCOMBRO, UMA LUZ


No rádio tocava "Além do Arco-Íris", sua canção favorita,
Foi quando percebera que a face de seu Deus era perfeita
e ele nunca havia a abandonado...
Mesmo quando sua mãe falara em alta sintonia:
- Você não é mais minha filha!
Uma sucessiva disritmia ecoou, mas já sabia que lá fora,
Um mundo novo a esperava...
Para alcançar os pés em graça e sem rancor!

Seu lar era feliz  e ela não sabia,
As cores e os bichos em sua volta,
Eram a razão de sua verdadeira alegria,
mas o fantasma maligno apossou-se
da mente frágil de sua mãe,
Trazendo dores, pesadelos e um carrossel
de desencontros e tormentos...

A chave que abre a fechadura de seu novo destino,
o qual resolvera lutar e deixar para traz as lágrimas
que passaram horas a chorar...
É o seu coração, ainda puro,
apesar do sofrimento vivido,
Mas sempre maduro...
Nunca conhecera um só abraço, um sorriso amigo...
Apenas aquela face diabólica, em dias assim,
Ousara fazer sua carne em extensas lesões
e eternas cicatrizes em sua alma...

Sai e perambula nesta imensidão que aguarda,
A felicidade existira algum dia em seu lar,
o qual acabara a abandonar,
Mas é preferível seguir sua Luz,
e seu próprio destino,
Sem a sombra daquilo
que um dia fora desatino,
em seus olhos...
em seu sacrifício felino
e eternamente jovem...


(Joyce Martins)