O chão em cacos e vestida em trapos, estava perdida
A menina sem nome
De dentes tortos
E de braços atados ao passado
Viu a luz que cintilava nos buracos de sua janela
Não havia portas e a gaiola estava enferrujada do passado
E como a caverna de Platão
Ela viu as sombras e o despertar da Luz
Embora distante e num buraco sortido
Ali havia um amigo
E a confissão despertou-a coragem, abrigo e fome
Livrando-se do mal
E das correntes tortas
Ela ajoelhou-se e disse:
Adeus, segue contigo e segurou sua mão!
Sombras mortas,
paredes mortas,
Luz consequente,
Distante e ausente
Da gaiola que esfarelava
com a nova jornada
da garota sem nome
em busca de um só caminho
atada a mãos aquecidas
pelo amor do Criador...
(Joyce Martins)