Eu não tenho lágrimas
E vou morrendo a cada dia
E não preparei-me para um adeus...
A tortura é psicológica e me enfraquece
Vivo a cada dia como se fosse o último
Mas isto é uma observação universal
E o que vou levando é apena uma lágrima
Presa no inconsciente que não jorra sangue
e nem mais uma gota de silêncio..
A pele enruga e o coração grita
Meu conflito não é visível
Meu sorriso é só um cartão portal falso
De uma terra inexistente e de uma lembrança falsa
De uma falsa alegria que nunca existira...
Quem sou eu agora?
Será que existo?
Jamais fiz esta pergunta!
E agora encontro em mim mesma a coragem
e a ousadia de perguntar ao inconsciente rígido
que pulsa, vive, sente, mas que não existe
Não guarda mágoas, mas que é tortura a cada segundo
e não tem se preparado para um breve adeus...
(Joyce Martins)
