dezembro 30, 2013

NO TOPO MAIS ALTO DA MONTANHA

É mais uma porta,
Depois de outra longa porta
que precisas para chegar até o almejado inconsciente...

Sentado com um livro na mão
Vagando em pensamentos
e vendo a chuva passar
Cada gota é como uma lâmina afiada
Cada barulho é uma algema
E suas asas vão-se em abundância
Esperando o melhor momento de partir
para o mundo o qual ainda não conhecera...

É só mais outra porta para atravessar
E ela não precisa de mais nada...
Vagando sobre a Luz e despistando os seres das trevas:
Vazio, sofrido e desesperado,
como todos aqueles ao redor...

Ele ainda continua sentado
e suas mãos geladas conforme a temperatura vai baixando
São quase meia noite e ele não tem sono
tudo que mais quer é mais uma xícara de chá
e pensamentos profundos, distantes e intensos...

Mas a porta não abre
Diante do Desespero e da Melancolia
Somente ela tem a chave para sua fuga
Somente ela tem a chave para as asas que tanto almejam voar...

Nunca havia visto figura tão mais bela, ela pensou
Tanta beleza num só ser, espaço, tempo e espírito...
Abrigada num novo presente
Com as mãos em prece,
Geladas pela temperatura que cai lá fora...

A porta então se abriu
E a eternidade surgiu!
Olhos se encontraram
E ele sorriu para a Luz,
No topo da montanha mais alta do Norte
E ela, aliviada e descalças
Disse  - Olá...

(Joyce Martins)