setembro 20, 2013

IDENTIDADE

Alice está triste, mas não chora,
Alice teima e está insegura,
Alice olha para o teto e suspira...
Busca no inconsciente alguma inspiração,
Mas só o que vê é o vazio de sua existência...

Alice pensa em ir embora e nunca mais voltar!
Alice faz contornos nos lápis e vidros vaporizados de uma tarde chuvosa,
Onde ela não saiu da cama, ainda de pijama. Esquecera que o dia havia amanhecido...
Alice não quer mais morrer,
Alice não quer mais sofrer,
Alice só pede para o Deus que ela aprendera a acreditar
Que ela possa voltar a sonhar, mas nunca sonhos terríveis
E que o sorriso possa voltar a sua face
E para todos aqueles que abrigara aquele espaço
Que um dia fora especial...

Alice senta-se e olha para o espelho,
O medo alcança em sua volta...
A sombra de suas marcas é mais intensa do que a razão!
A razão coberta de traumas, delírios e coisas mortas...
Alice vê em si, a imagem de uma criatura se dissolvendo:
A beleza que fora certo dia, agora é só uma face obscura
Perdendo seus cabelos a cada escovada...

E o choro não vem mais e melancolia pediu trégua,
Cansada, destruída e pés machucados pela longa caminhada da vida,
Sobrou uma cama e um presente que a atormenta
E a mente que viaja em direção a tudo aquilo que jamais vivera...
De joelhos, ela reza, pelo aquele Deus que aprendera a amar
E pedindo de olhos bem fechados que a Paz possa existir,
Algum dia, exatamente quando acordar de vez num novo amanhã,
Este ainda, totalmente desconhecido...

(Joyce Martins)