Um dia cinzento,
Quatro paredes,
Chuva na janela,
E o cheiro de pipoca no ar...
Vaga, cria, sonha, enrola-se,
Busca o ninho,
Sentidos,
Molduras,
Ferramentas tortas...
Olha em volta,
Olha para o abismo,
Barulho, barulho!
Entulho, algo ameaçador...
Volta ao casulo,
Ponto fixo, interior,
Espírito, acolhedor...
Precisando pintar as essências,
Pintar as pequenas coisas,
Pela Arte,
Solidão,
Invenção,
Comunhão!
Disforme, o poema dança, grita!
E acompanha o ritmo da chuva
E lá fora escurece o dia que não amanheceu...
(Joyce Martins)