abril 03, 2013

À MEIA-NOITE

Mais versos de amor para um leitor cansado
da mesmice da temática de sempre
que os poetas não se cansam e muito menos, alcançam,
exprimindo costumeiros sentimentos tolos e desejos contidos...

Mas o Amor - objeto envolvido - nunca atingido,
só fica mesmo na mensagem, na vontade e no vulto do pensamento,
e o desejo do olhar correspondido...
Diante de uma xícara de chá
e de uma conversa diante do mar,
sobre "A Filosofia do Tudo e do Nada",
sobre "O Inexistente ou "A Ausência do Presente"...

O desejo de corresponder o correspondido...
sentar-se na varanda,
lendo poemas de Goethe e emocionar-se como numa canção,
ao pé do ouvido, aos fundos e ao redor,
às dois seres de mãos entrelaçadas...
Já não basta apenas amar?
Já não basta apenas acordar?
Não! Porque o lunático sonhador é exigente e ao mesmo tempo,
perdido de sua consciência - um navegante sem fronteiras!
Ele quer mais: Ele quer o toque, o gosto, o sentido da visão,
como em Pigmalião e um mundo abrangente de sensações...

Mas já não bastava amar?
Já não bastava acordar?
Não! Porque este almeja o sonho do correspondido,
do Amor que guarda escondido,
e das páginas que constrói para si e das outras que abstrai
em vão...

(Joyce Martins)